terça-feira, 19 de julho de 2011

O "Pink Money", os estereótipos e a apropriação de "guetos" pelo Capital.



Apesar de há algum tempo já existente, poucos são aqueles familiarizados com um termo que, por dentro de todo o debate gerado pelo brutal aumento dos ataques contra homossexuais tanto nas ruas das principais capitais brasileiras quanto no Congresso por Bolsonaro's e evangélicos, adquire centralidade e merece uma atenção especial daqueles que buscam entender como o capitalismo pretende a "resolução" de algumas das principais expressões de sua crueldade enquanto sistema econômico e social. Tal termo é o "Pink Money".

Criado já há algum tempo, o termo, como se define na Wikipedia, faz referência ao "poder de compra" da comunidade LGBT. Suas origens, alcance e perspectivas podem ser sintetizados da seguinte forma: "Com a ascensão do movimento dos direitos gays, o pink money passou de uma franja de mercado e marginalizado para uma próspera indústria em muitas partes do mundo ocidental, como os Estados Unidos e Reino Unido."¹ 
Esta dinâmica de transformação, da qual já emana um profundo conteúdo ideológico e desnuda inicialmente a maneira pela qual os capitalistas buscam lidar e entender a comunidade GLBT, encontra em numerosos artigos na internet e blogs aprofundamento e desenvolvimento.
Na maioria destes pontuam-se as bilionárias cifras que envolvem o "consumo gay" e buscam, por incontáveis vias, alertar e pontuar a importância de entender o "mercado" para, assim, e não há nada mais ideológico do que isto, "tirar melhor proveito" dele.

O que (dizem ser) é o "consumo gay" e a utilidade dos Estereótipos

Basta uma busca rápida e uma olhada nos estúpidos programas do dito "humor" para entendermos quais são as predileções dos homossexuais e/ou quais as áreas de interesses destes segundo a ideologia burguesa. Segundo um site dado a refletir o impacto, benefícios e a necessidade do empresariado e marketeiros dispenderem atenções ao "consumo gay", as principais áreas de interesse da comunidade são a automobilística, tecnologia, turismo, moda e luxo.²  
Obviamente que toda a estética e referências envolvidas são recheadas de todo o tipo de estereótipos e chavões pejorativos os quais, historicamente, foram atribuídos aos gays.
O Sadomasoquista, o bombeiro, o "emplumado", o delicado, o espalhafatoso, todos são os "tipos ideias", dos quais, nenhum homossexual, bissexual ou transsexual pode escapar. 

Tal é e sempre foi a tendência de interpretação das minorias e dos grupos indesejáveis, por parte da ideologia dominante, que seja, estereotipá-los, transformando-os em elementos caricatos e identificáveis, passíveis de separação e segregação para, assim, "Guetorizá-los" e proteger o padrão de indivíduo, desejável, estável, heterossexual, casado, branco e que deve se constituir, necessariamente, como a regra da sociedade como um todo.
Este processo, todavia, não é novo, nem na história dos oprimidos, nem no caso da comunidade LGBT. 
Basta ligar a TV em qualquer canal propagador do sensacionalismo e evidenciador da barbárie cotidiana da sociedade de necessidade capitalista, para vermos quais são os estereótipos atribuídos aos Jovens negros, pobres e da periferia, enquanto ladrões, estupradores e bandidos; às mulheres, enquanto, em sua grande maioria, donas de casa, "esposas", submissas e resignadas e, se forem negras, enquanto domésticas e faxineiras (Não por retratem a triste realidade da maioria da População feminina deste país submetida aos piores e mais degradantes empregos, mas por reproduzirem-nas enquanto corretas, sem críticas); dos homossexuais como os, chamados socialmente, "tarados", escandalosos e descontrolados e segue-se uma longa linha de definições rígidas e absurdas...

Como dissemos, no entanto, tal processo serve como uma espécie de "definidor universal" e bloqueio da ideologia dominante, definindo o "distinto" e o "regular", o diferente e o normal, para garantir a manutenção de seu padrão desejável e colocar em seus devidos guetos o que "surge e é diferente" sendo que, invariavelmente, como em tudo no capital, tal processo terá suas implicações econômicas, que encontram uma expressão acabada em relação a comunidade GLBT no "Pink Money".

 Pink Money: Aspectos positivos para a comunidade GLBT em sua "integração"?

A transformação da comunidade Glbt em "mercado gay", necessariamente precisaria passar por um processo de "homogeneização" de interesses pela via da conformação de tipos ideias, estereótipos, que, como demonstramos, servem a um interesse essencialmente ideológico de separação daqueles agrupamentos de indivíduos de um todo, cujas características são tidas como ideais e desejáveis. 
Esta definição possui base histórica e, sendo assim, basta voltarmos 40 anos no tempo para observarmos o quão indesejáveis e segregados eram os homossexuais na Grande Nação da liberdade, os EUA, na qual, os ataques aos homossexuais nas ruas, praças e pontos de encontros, dentre eles o emblemático STONEWALL, ao qual iremos nos referir mais a frente,  pelos orgãos repressivos do Estado -Polícia- eram tão comuns, ou mais, quanto os espancamentos, prisões arbitrárias e assassinatos de jovens "afro-americanos", submetidos a um apartheid aberto, que começavam a se organizar nos Grupos que dariam origem aos “Panteras Negras”.

Esta transformação das ditas "diferenças" em "mercados" é uma das principais ferramentas de objetificação de agrupamentos de indivíduos com características distintas do padrão aceitável burguês e, igualmente, uma importante ferramenta de cooptação e "fagocitose" destes setores, outrora oprimidos e atacados. Vende-se, então, a ideia de que, para garantir-lhes espaço na sociedade, é necessário atender-lhes aos seus interesses, cujas fontes de referência são os numerosos estereótipos pré-estabelecidos, realizando, assim, um duplo objetivo aos capitalistas: A transformação dos setores oprimidos e marginalizados em números objetivos e fonte de consumo para determinados ramos da produção e a cooptação destes setores e "amortecimento" dos conflitos sociais, estes gerados pela própria ideologia capitalista que, naturalmente, por dentro de uma sociedade de opressão e exploração, não deixarão de existir. 

O resultado é o esperado e constatado em relação a muitas comunidades historicamente oprimidas, ou seja, seu isolamento em guetos constantemente discriminados e atacados, elemento extremamente desejável pelos capítalistas pois divide a calsse trabalhadora dentro dela própria, com heterossexuais discriminando homossexuais, etc; a cooptação de milhões destes oprimidos ao projeto de sua realização no consumismo e na obtenção dos bens e posições ideologicamente vendidos e, em momentos de agudização das tensões sociais; a retomada de uma escalada de violência e ataques àqueles que representam o "indesejável" e não mais podem ser "toleráveis"- existe termo mais ideologicamente reacionário e cínico do que este?- na sociedade.

Recentemente, vimos reportagens que nos colocam os números da barbárie cotidiana relegada aos GLBT's e que nos evidenciavam espancamentos cotidianos de jovens que moram nos morros dos Rio de janeiro. Da mesma forma, centenas de mortes continuam ocorrendo todos os anos e o número de espancamentos, só na região da avenida Paulista se mantém em níveis estratosféricos. No mesmo sentido, a bancada evangélica organiza milhares de pessoas em marchas contra os direitos GLBT's e propagam, ao lado dos adeptos- assumidos- da ideologia da ditadura militar e da extrema direita, o ódio e a morte aos gays, lésbicas e todos os de orientação não heterossexual, pelo bem da Família, da Ordem e da Propriedade Privada. Neste cenário, até mesmo os grandes avanços, como a recém aprovada União estável, perdem completamente seu brilho, frente à reacionária PROIBIÇÃO de homossexuais doarem sangue e o veto Homofóbico, perpetrado por Dilma, ao Kit-Anti-homofobia. Nos termos mais populares e simples possíveis, fica a pergunta: "De que merda de integração dos GLBT os marketeiros e cães do capitalismo de plantão estão falando?"

De volta a Stonewall (Por isso lutamos) e a liberdade de SER

A revolta de Stonewall, como ficou conhecida, foi um processo de resistência e confrontos ocorrido em Nova York, em 1969, como resposta aos corriqueiros ataques, prisões, espancamentos e prisões arbitrárias que ocorriam na região da cidade conhecida como Greenwich Village. Após o que seria "mais uma batida cotidiana policial" os moradores homossexuais, travestis e moradores de rua que residiam na região e se encontravam no Bar Stonewall, decidiram se levantar e reagiram, desta vez nos mesmos termos, aquele ataque cotidiano. Prenderam os policiais e provocadores dentro do Bar na primeira noite, enfrentaram-se com as tropas de choque detrás de barricadas por semanas lado a lado de artistas, jovens, trabalhadores e militantes negros que já haviam combatido a polícia nas manifestações anti-guerra e, sendo assim, deram passos decisivos na autodeterminação de seus destinos, aglutinando milhares ao seu lado.

O processo de Stonewall, no qual se desenvolveu uma auto-organização interessantíssima contra a repressão e sua segregação, foi o berço de formação de organizações de luta pelos direitos do que chamamos hoje de GLBT, organizações estas que passaram a retratar as mazelas e a opressão cotidiana e a, até mesmo, organizar ações de enfrentamento tático contra a repressão que ainda perdurava em nome do Esquadrão de Moral Pública da época, que, em numerosos Países tem numerosos nomes com o mesmo intuito, proibir, reprimir e, quando possível assassinar. Este exemplo, não poderia deixar de ser lembrado e, dele, não podemos deixar de buscar lições.

Obviamente que não propagamos aqui a condenação em relação a qualquer aspecto dos "estereótipos ideais" que criticamos. Os exaltamos para evidenciar o quão simplista e formatador é o movimento da ideologia burguesa a serviço dos interesses do capitalismo que transforma o indivíduo, cujas potencialidades são enormes e tendem ao infinito, em elementos formatados, rígidos, secos, limitados e reprimidos em todos os níveis, sobretudo pelos padrões machistas, homofóbicos e racistas que fundamentam esta ideologia.

Os lutadores de Stonewal diziam :  
"times were a-changin'. Tuesday night was the last night for bullshit.... Predominantly, the theme (w)as, "this shit has got to stop!"Participante anonimo. Ou seja, esta merda tem de parar. Em inglês, inspirador. 
A opressão e "guetorização" dos GLBTT's tem de terminar e, mesmo com o brilhante e inspirador exemplo de Stonewall, sabemos que ainda demos pouquíssimos passos no sentido de avançar para sua "liberação", sobretudo, porque sabemos que estas tarefas envolvem, como buscamos demonstrar, um questionamento mais profundo da sociedade de classes na qual estamos.

Apenas questionando os estereótipos, os "dever-ser", a dinâmica de apropriação de um lado e de segregação de outro estabelecida pelo capitalismo em relação aos "indesejáveis"; somente buscando construir uma sociedade que se livre de todo o culto à aparência e busque a essência; somente construindo escrupulosamente uma sociedade cuja produção esteja a serviço das necessidades da maioria da população e não do lucro de uma fração ultra-minoritária da sociedade, os capitalistas; somente construindo, hoje, no pequeno, polegada por polegada, uma Contra-moral, uma legítima moral revolucionária, que se paute pela Liberdade Sexual completa; somente construindo uma sociedade que se paute por uma moral que não se pauta na auto-repressão, no auto-flagelo, na discriminação, na segregação, mas sim na completa autodeterminação pensada e organizada coletivamente; somente assim, refletindo e construindo tudo isto e muito mais, é que avançaremos na perspectiva da superação de nossa opressão, seja qual for.

O capitalismo merece e PRECISA perecer


 O capitalismo é um sistema econômico e social Podre e decrépito, baseado na exploração, na mentira e na transformação das massas em objetos de uma ínfima minoria. A ideologia Burguesa teve muito esforço em caracterizar a doutrina marxista, no que diz respeito ao que prega acerca do desenvolvimento do individuo e acerca das questões cotidianas e "morais", como um sistema de idéias que pregava o Rígido, estreito e o castrador. Não é difícil lembrar da propaganda anti-comunista que colocava lado a lado milhares, com fardas verdes, pastas de dentes iguais, vivendo em ocas gigantes e completamente alienados.


Na realidade, é nesta inverdade que se evidencia o principal medo e este é o recurso ideológico mais desesperado e de apelo ao velho que a burguesia internacional lança mão. Hoje, milhões passam fome enquanto bilhões de alimentos são queimados todos os dias. Igualmente, bilhões estão relegados ao desemprego e observam a face cruel de suas mortes sem perspectiva. Milhares e milhares de recursos, terras e bens nas mãos de pouquíssimos capitalistas e bilhões de desalojados, desabrigados, desprovidos de terra, moradores de Rua, etc. As idéias, os costumes, os valores, o aceitável é um padrão que se vende em lojas e homogeniza as intenções e os desejos- ou a repressão destes-...

Lutamos pela liberação desta lógica de opressão. Pelo fim desta sociedade e por uma cuja produção esteja a serviço de produzir e garantir, sejam remédios, alimentos, casas, transportes, etc e etc, a maioria da população conforme precisem. Somos pela transformação desta ideologia castradora e pela completa liberdade sexual, pela libertação da produção artística, pelo livre desenvolvimento da individualidade de cada um, dentro de uma sociedade dirigida CONSCIENTEMENTE e coletivamente.

Digam-nos: O que lhes soa mais castrador e arcaico? O que a sociedade capitalista tem a nos oferecer?

STONEWALL e o exemplo de seus lutadores, se organizando de modo independente e se aliando aos setores de jovens e trabalhadores negros, das periferias, contra os patrões e capitalistas castradores representados pela Polícia, nos indicam um caminho diferente do "PINK MONEY", da "integração burguesa" e de toda a opressão que nos reservam os espectros do velho.


AVANTE!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Do Transe à Revolta.

Jovens e trabalhadores durante Mobilização na Grécia.

Este Blog é uma das muitas iniciativas tomadas por uma mente audaciosa.
As linhas abaixo podem parecer ter um sentido pretensioso, entretanto, esperamos que contribuam à reflexão necessária frente à catástrofe que nos ameaça devido à Crise econômica Mundial.
Vivemos em tempos de propagandeada calmaria, crescimento e desenvolvimento galopantes. Nos meios de comunicação, sobretudo nos grandes grupos midiáticos, nos é colocada a verdade absoluta do grande "boom" econômico brasileiro e o avanço Gradual e possível nas condições de vida de toda a população.
Famílias que viviam de migalhas agora tendo como comprar um saco de arroz; outras sem luz elétrica, agora com postes; ProUni, REuni, Univesp...
Estas são as ditas soluções para problemas antigos e recorrentes na vida dos brasileiros, principalmente daqueles que mais precisaram e precisam de efetivas soluções.

Em todos os lugares, desde o saguão das ciências sociais da Usp até o Congresso Nacional, passando por cada casa, bairro, local de trabalho, fábrica e fazenda, vigora a irrefutável assertiva de que este é o único caminho 
Possível; a única alternativa viável; melhor isto do que nada...

Apesar de todo este aparente avanço gradual e melhorias crescentes, cujo aumento é apontado de maneira profética pelos ideólogos do possibilismo, temos visto em todo o mundo uma onda de ataques e decorrentes convulsões, pelas quais, invariavelmente, o Brasil passará e já passa e as quais tendem a aumentar.

Sem terras sendo assassinados; Trabalhadores sendo demitidos em massa; o direito de greve atacado de maneira escancarada por meio da repressão policial e do corte de ponto; indígenas reprimidos pelos "orgãos mantenedores da ordem"; estudantes reprimidos por reivindicarem suas demandas básicas como o direito à permanência (moradia, alimentação) ; professores recebidos à bala no palácio do governo, numerosas manifestações da juventude tratadas do mesmo modo pela “democracia do gás lacrimogênio”... Todos estes são exemplos de como é falsa a impressão de calmaria, bem como é a de que as coisas tem melhorado gradualmente.

Sabemos que a crise econômica tem afetado enormemente uma série de países centrais, tendo seu epicentro atual na Europa. Nosso país não se encontra blindado às balas da crise e muito menos independente do destino das nações centrais do capitalismo.

O que tudo indica é que teremos, no próximo período, situações de ataque aos direitos sociais e trabalhistas tão grandes quanto os que hoje afligem a maior parte das populações destes países atingidos pela crise. Isso se dará, pois nos marcos da quebra de Bancos e empresas, os estados tem tido a política de salvamento às custas do orçamento público. O resultado  nós sabemos: endividamento público e a necessidade de conter o déficit orçamentário.
Obviamente já vemos como ocorre tal contenção. Educação, saúde, moradia, transporte, previdência, todos estes são alvos da ofensiva estatal e, certamente, a maior parte da população é que pagará com seus direitos a ganância destes poucos magnatas. Tal é o quadro, hoje pintado em telas gregas, espanholas e árabes e que terá como tela o Brasil.

Não diferentemente do que nos aguarda, é a situação da juventude, dos trabalhadores e das massas que se colocam em oposição a esta lógica. A resposta governamental é uma só: a repressão.
Para estes estudantes, jovens e trabalhadores, a única possibilidade real é dizer não. Para estes setores, a única saída realista, do ponto de vista de seus direitos e de seus anseios é dizer:
"Não! Se vão nos tirar, é agora que diremos que queremos mais; queremos tudo."

As mobilizações Francesas contra as reformas de austeridade que buscam se implementar em toda a Europa; os processos revolucionários abertos em numerosos países árabes, tendo o Egito, novamente, como a ponta de lança de um movimento de trabalhadores e da juventude combativo e “indignado”; os indignados da espanha, enfim, todos estes exemplos demonstram que o "possível" se define por uma questão concreta, ou seja, pelas condições objetivas de resposta e pela perspectiva e construção subjetiva para dar-se esta resposta.

Hoje, reiteramos, a resposta para as parcas condições de existência da maioria de nossa população, para a insuficiência da garantia de direitos elementares como saúde, moradia e educação, para a universidade elitista, para a falta de terras, para a miséria social generalizada, para a falta de universidades, enfim, para toda a decadência capitalista, é a idéia do avanço gradual, possível e seguro.

Nós, estudantes- sobretudo de Humanidades-, desde o início de nossa jornada acadêmica e, sobretudo, prática, buscamos refletir acerca dos marcos mais gerais da realidade humana que nos cerca. Acreditamos que o que nos impele é a busca do entendimento mais geral de como se organiza, mantém e para onde irá esta sociedade humana, com suas especificidades locais.
O questionamento, análise e observação de todos estes processos nos permitem questionar as respostas dadas e sua efetividade real.

Se quiséssemos entrar no mérito da questão demonstraríamos o quanto lucraram os grandes bancos e empresas, ou quanto há de concentração de terras nas mãos dos latifundiários ou quanto tem se destinado de orçamento público para as mãos dos grandes "líderes" parlamentares brasileiros, para, assim, demonstrarmos que não é verdade que o possível é apenas esta  miséria garantida. Não é, simplesmente, disso que se trata.

Buscamos, aqui, demonstrar o quanto estamos paralisados por toda a perspectiva gradualista, possibilista, que busca a confiança em fórmulas fáceis e ilusórias. Buscamos, desde nossas humildes reflexões, demonstrar o papel que a juventude deve ter no que diz respeito ao questionamento do status quo e a avaliação criteriosa e cientifica da realidade. Defendemos, não obstante, o engajamento prático desta juventude na transformação daquilo que deve ser mudado.
E sim, universidade precisa ser mudada! As idéias precisam ser reformuladas! A moral precisa ser questionada! A miséria precisa ser superada! O imobilismo precisa ser solapado!

No entanto, para isto, acreditamos na explosão crítica e contestadora deste transe social propagado e garantido massivamente ao nosso redor. Lutamos pelo incêndio das consciências na busca de soluções. Defendemos a superação das velhas direções apontadas pelos velhos grupos possibilistas.
Somos pela radicalidade intelectual! Acreditamos, assim, que a solução só se encontra quando buscamos a raiz das questões.

Como método, somos pelo incêndio da revolta. Que, como os estudantes franceses, árabes, espanhois e gregos, ao lado dos trabalhadores, tomando as ruas, possamos avaliar autonomamente e buscar as soluções para estas questões indicadas.
Não mais aceitaremos os limites do Muro do Possível. Não mais acreditaremos que a solução virá de bom grado como um presente. Não mais nos iludiremos com as promessas de um futuro melhor. Ao contrário, lançaremo-nos à frente de nossos futuros e construiremos, nós, a nossa saída. Tal saída será apenas a entrada de uma nova realidade. Nós, estudantes, aos lado de todos oprimidos que hoje repousam no gradualismo do transe, não permitiremos que digam aonde iremos;
IREMOS A TODO LUGAR!

A repressão se apresenta como via para a permissão dos ataques aos trabalhadores , estudantes, indígenas e outros setores que, diretamente vem sendo espoliados para que paguem a conta da crise, e este mesmo fator por vezes cala e imobiliza o protesto, deixando-nos em transe, juntamente com as medidas ilusórias como as falsas promessas de ascensão social..

É contra a força repressiva que nós, estudantes temos de nos mobilizar. Contra qualquer ilusão que vise nos colocar em transe diante dos constantes ataques, também temos de fazê-lo.
Tomando por exemplo a juventude européia e árabe e seus lutadores, precisamos romper com o corporativismo e nos apropriarmos, enquanto membros ativos e conscientes da sociedade, das lutas de todos os setores que em igual medida sejam atacados. Portanto, a resposta à repressão é a mobilização ao lado dos trabalhadores!

Transformemos o regozijo dos propagadores da passividade no combustível de nossa revolta.

É com este espírito que indicamos a abertura deste blog,
no qual convidamos todos a discutirem, dentre outras coisas, as questões concernentes à vida, arte e, sobretudo REVOLTA.

Que se abram novos tempos, construídos escrupulosamente através da destruição de tudo o que é velho e arcaico.
AVANTE!