domingo, 14 de agosto de 2011

O “campo de batalha” cotidiano do trabalhador


O “campo de batalha” cotidiano do trabalhador
São 4:30 da amanhã. O tilintar do rádio-relógio ressoa como um martelo batendo em aço, em sua cabeça. João levanta de um só pulo e em dois movimentos se desfaz de seu calção e sua camiseta.

Daqui até sua saída serão exatamente 15 minutos, contando o banho, os ágeis movimentos para vestir suas roupas, o ajeitar final da mala aonde guarda sua vestimenta de trabalho, o embrulhar da marmita, a abocanhada no pão com margarina feito na noite anterior, o vestir da bota grossa e o beijo em sua esposa.

É recém casado com Maria. Ajeita a comida que vai na marmita da esposa- que se levanta em 10 minutos- e a deixa em cima da mesa de madeira compensada com os “pés” de metal; sai de casa e se vai para o ponto de ônibus.

João desce sua rua, ainda no escuro, vendo a fumaça sair de sua boca, enquanto pensa que precisa dar um jeito de arrumar algo melhor para sua esposa ou pedir um aumento. Limpar só tem dado dores a ela e a Empresa inclusive ameaçou de sumir e não pagar os salários e os direitos. Já tinha ouvido da boca da Josefa, amiga da Maria, que coisa parecida tinha acontecido lá na Usp, com uma tal de Dima e União, mas não imaginava que num lugar como a USP algo assim pudesse acontecer... Afinal, não era lá a escola dos “patrão”?

Sua especulação é abruptamente interrompida pela chegada no ponto de ônibus. Lá encontra o Martinho, vigia do terminal de ônibus e o Felipe, que acabou de entrar no telemarketing de dia e na Faculdade paga a noite. Junto deles, mais umas 10 pessoas do Bairro que só conhece de vista. João os cumprimenta e se prepara para o primeiro desafio: Pegar o microônibus.

Como calculado, o microônibus passa por volta das 4:55. Todos precisam subir já que a “ máquina de ponto” não entende muito bem de atrasos e problemas. A primeira batalha do dia começa:
Todos sacam os bilhetes de passe e se amontoam estratégicamente para ocupar o melhor espaço no microônibus, já abarrotado de gente. Mesmo se conhecendo, a hostilidade não deixa de ser evidente. É um resmungo pra cá, um empurrão mais forte pra lá, uma olhada de soslaio como quem diz “aí também não, né?” e, neste primeiro campo de batalha, todos disputam durante toda a viagem de 15 minutos até o Metrô, uns milímetros a mais no metro quadrado que abraça incríveis oito pessoas.
A viagem é tensa, barulhenta e muito quente. João olha pelos poucos espaços entre os corpos buscando observar as expressões. São uma combinação de sofrimento, raiva e passividade. Olhares caídos, distantes e expressões pálidas são o lugar comum...

O microônonibus chega ao metrô e a batalha recomeça. Muito empurra-empurra e a saída está completa. Pela rua e pelas calçadas, fileiras e fileiras mal-organizadas de pessoas marcham para a entrada do Metrô. Tim-tam, Tim-tam, Tim-tam, é o som do bater de sapatos apressados que prendem a atenção de João, não menos ansioso para entrar na estação e pegar o trem.
São 5:15 e ele entra às 6:15. Tem de bater o ponto até as 6:15 sem adiamentos.
João, apesar de toda esta pressão, aproveita ao máximo esta caminhada de cerca de 2 minutos, 200 passos e um pular de escadas, como um respiro de “paz” que precede o que virá. Pega o jornal gratuito que distribuem na porta da estação, coloca debaixo do braço e se encaminha para o segundo campo de batalha a enfrentar.
A subida das escadas é um desafio menor perto do que tem de enfrentar.
De cara, se choca com a multidão de gente apressada e pressionada, que tenta passar o bloqueio das catracas. Bate cartão, soa apito, bate cartão, soa apito, bate cartão, soa apito. Esta é a dinâmica da catraca.
Chega sua vez e, como não poderia deixar de ser, não é diferente.

Começa a corrida contra o tempo e o espaço. Multidões de apressados descem a escada e se encaminham para a estação. Posicionam-se estratégicamente- como no caso do Microônibus- em frente a sinalização das portas dos Trens e se aglomeram em verdadeiros bolos humanos, que vez ou outra soltam bolhas de fermento graças ao desconforto e aos choques. O trem chega, já com os lugares todos ocupados pelos passageiros da penúltima estação, pára e se posiciona. Os ânimos se acirram. Parece que ninguém gostou que “seus lugares” fossem tomados pelos passageiros da estação anterior. A aglomeração começa a vibrar. O apito toca. As portas abrem e o turbilhão é incontrolável.

João, no meio de um destes bolos, segue, como todos os dias, o ritmo da cidade. Empurra firmemente e se apóia aonde dá até encostar o rosto na frente da porta, do outro lado do trem. A massa de gente continua se convulsionando como que buscando encontrar uma forma aceitável e consensual para todos. O apito toca e, novamente, começam os insultos, o burburinho, os olhares e as reclamações. Passa a primeira estação e o clima já se estagna e retorna aos passivos, distantes e desconsolados olhares de tantos trabalhadores... Este é um processo dinâmico que, a cada viagem e a cada trem, tem suas particularidades e demonstram seus traços comuns.

João se acalma, apesar de vez ou outra- e não só ele- provocar um empurrão aqui, um olhar mal-encarado ali, tudo para buscar manter “seu espaço” e sua viagem. Intimamente ele- e, muito provavelmente, todos por ali- pensam: “Nem a merda do sossego na viagem pro trabalho eu tenho?”.
No caminho de quase uma hora para o trabalho, João sempre olha as mesmas paisagens, com os mesmos telhados e as mesmas cores, da mesma janela e na mesma linha, todos os dias. Só o que muda são os odores, os empurrões e o trem.
Entretanto, quando consegue pegar, sempre gosta de ler o Jornal Gratuito distribuído em frente a estação. De fato, é um jornal publicitário com 90 % de propaganda e 10% de notícias, ainda assim, para João, ter aquele material de manhã e poder distrair-se é sempre muito bom.

Abre cada página com cuidado examinativo rigoroso. Lê cada anúncio de imóveis, notícia dos astros do futebol e todo aquele papo de partidos, coligações e não sei quantos milhões que foram transferidos, retirados ou investidos aqui e acolá, com muita atenção. Nesta edição, algo na primeira página lhe chama a atenção.
O título da capa diz
“LONDRES EM CHAMAS; GRÉCIA RESISTE; CHILE NAS RUAS: INVESTIDORES E EMPRESÁRIOS APREENSIVOS COM AS MOBILIZAÇÕES POPULARES.”.
João nunca tinha visto o que estava naquelas imagens. Fora o ônibus que queimaram quando a polícia matou o Diego - menino trabalhador lá do bairro, pego a noite e pelas costas-, ele nunca tinha visto tanto carro, casa, pneu e viaturas apedrejados e queimados e nunca tinha visto tanta gente na rua. Lê tudo o que falam sobre os baderneiros e sobre o assassinato de um “homem suspeito de um bairro de periferia” no jornal e não tem como não lembrar do Dieguinho e da revolta e indignação que aquilo gerou. Na ocasião, mais 4 ditos “baderneiros” foram levados pelo choque e liberados, mais moídos que arroz de 3ª, três dias depois.

João, então, fica pensando nos motivos daqueles jovens em Londres e, quando vê o que ocorre na Grécia e no Chile, não deixa de expressar, de um lado uma simpatia ardente e por outro um alívio enorme por ter seu emprego nestes tempos duros. Já tinha ouvido seu irmão e amigos dizerem o quanto está difícil arrumar um emprego depois que perderam os últimos e isso, de fato, o assustava...

Mais uma vez seu pensamento é interrompido pelo imperioso ritmo da máquina citadina. João tem de descer e encarar seu terceiro campo de batalha: a transferência para a linha ferroviária.
Começa de novo a mesma dinâmica. Empurra-empurra, olha-olha, berra-berra, reclama-reclama, para-para, entra-entra, sai-sai, acomoda-acomoda, acalma-acalma e, enfim, João está de novo num outro bolo Humano a caminho de Capuava aonde vai entrar daqui a 20 minutos na fábrica aonde trabalha.

A esta altura, João, frente à iminente jornada de trabalho- que na verdade já começou bem antes do “previsto legalmente”- se rende aos apelos de Morfeus e adormece, ali mesmo, de pé, pendurado com um pingente na barra do trem. Não sonha. Inclusive, para ele, já faz algum tempo em que não pensa em seus sonhos ou se é que ainda existem. Sejam os pensados ou os “sonhados”.

O apito toca e o som anuncia: “Próxima estação: Capuava”. João, acompanhado de um batalhão de outros trabalhadores, se aglomeram e praticamente ignoram a presença da porta a sua frente, saindo impetuosamente, tendo-o em sua linha de frente. Ele corre para a saída da estação, passa a catraca e atravessa a rua correndo.
São 6:10 e ele chega na máquina de ponto em 3 minutos, correndo.
Seus movimentos são desengonçados e meio tortos, afinal, não é mole carregar uma Bolsa cheia de roupas, com sua marmita e correr com aquelas botas do serviço.

Quando está próximo de chegar à entrada da fábrica, já acenando ofegante ao vigia da entrada, ouve a sirene e os gritos: “Vai, vai, safado. A casa caiu, a casa caiu. Vai pra pare...” Antes de ouvir o fim da palavra já está com uma mão na cabeça, outra empurrando as costas e o rosto pressionado numa parede. Segue o procedimento:

-Qual seu nome?
João Roberto da Silva.
-Tem passagem, neguinho?
Não, senhor.
- Usa drogas, malandro?
Não senhor, eu sou trabalhador e to atra...
- Cala a boca, porra. Responde só o que eu perguntar. Dá os documentos.
Tá aqui, senhor.

O “oficial” da lei, examina João e seus documentos, liga para a central, faz mais algumas perguntas e libera o trabalhador com um “fica esperto, falador.” e um sorriso para seus “companheiros de profissão”. Todo este processo durou exatos 25 minutos, na frente dos colegas de trabalho de João, que até queriam ajudá-lo, mas o chamado do Ponto falava mais alto.
João entendia e sabia muito bem que era ruim se meter com a Polícia. Já tinha sido “enquadrado” muitas vezes antes.

João então, nem pensando em nada, apenas com a imagem da máquina de ponto e do patrão na mente, corre apressado para a entrada, cruza o portão principal e o estacionamento da fábrica em tempo recorde e chega à maquina de ponto. Lá, retira seu cartão e vai passar, quando percebe que a realidade não seria tão generosa assim.

“Seu Roberto”, como costumam chamar os aduladores e puxa-sacos, ou “velho desgraçado”, como o chamam os operários, aparece de sua porta e, munido de sua autoridade de patrão e um olhar repressor diz tudo o que João não queria ouvir:

-Você vai ter o dia descontado hoje, viu?
Mas Seu Roberto, eu estava no horário até que a polícia me parou ali na entrada e nem falaram o motivo.
-Não me interessa...Como é seu nome mesmo?
João, senhor.
-Não me interessa, João. Se eu deixo você se atrasar assim, que exemplo vou dar para os outros trabalhadores daqui, ein? Tem gente que vem de mais longe, chega no horário e não fica arrumando encrenca com a Polícia antes do trabalho.
Mas eu já te disse que não foi culpa minha. Eles que me pararam.
- Hoje seu dia vai ser descontado. Pode descontar desse aí, Nelson!
Então eu vou embora e volto amanhã, senhor.
- Prefere ir embora e não voltar nunca mais, “João”?- disse o patrão com um tom misto de nojo e sarcasmo.
Não senhor. Tô indo lá pras máquinas...

João não sabia, mas nestes últimos 30 minutos, havia passado por dois campos de batalha dos quais, necessariamente, ele seria derrotado.

A polícia e o Patrão e as situações que os envolvem, para o trabalhador, constituem uma das batalhas mais árduas e, certamente, João, ali, naquelas condições, sozinho, não estava preparado para combater e/ou para vencer nem, a exemplo do metrô, “alguns milímetros” de espaço.

São 6:40. A esteira começa já a rodar. O dia começa a raiar. Para nosso trabalhador, o dia acaba de começar. João é consumido, nas primeiras horas do dia, por um ódio enorme.
As pragas que profere em sua mente se mesclam com as imagens que viu no Jornal de manhã. Subitamente sente a vontade de explodir toda a fábrica e de enforcar seu patrão. Desconta toda a raiva na produção: Bate, amassa, entorta, retorce, encaixa, ajeita, prende, puxa, prende, passa...Milhares e milhares de vezes. Pouco a pouco, esta elasticidade dos sentimentos e pensamentos passa e João volta ao “normal”...

O dia é longo e, por fim, 6:40 se tornam 15:40, músculos fatigados, muita fome e muito sono. A jornada de 9 horas se passou e João se prepara para enfrentar novamente as mesmas batalhas, nesta volta para casa. Veste sua camisa reserva e se encaminha para a estação.

Ao sair da fábrica tagarelando com alguns companheiros de seção, João e eles olham para a rua que precisam atravessar e veêm muitos paus, pedras e, em frente a estação, um bolo de gente, como aqueles do trem e metro, desta vez não se empurrando e praguejando, mas se segurando, protegendo e jogando pedras e paus nos guardas da ferrovia e nas poucas viaturas que tentavam desobstruir a Rua, fechada por pneus e até um carro virado, em chamas.

João e seus companheiros, aflitos, seguram o primeiro daqueles “loucos” e pergunta o que se passa. Ele lhes diz que aquilo começou por que o Zé Pinéu, limpador da centrífuga, que já tinha avisado a chefia, por mais de 10 vezes, que o banquinho estava frouxo e que precisa trocar, caiu na boca da centrífuga e perdeu a perna direita. Se não fossem os operários, ele teria caído com o braço na engrenagem e poderia ter sido “moído inteirinho”. Os chefes demoraram uns 30 minutos para chamar a âmbulância, enquanto o Zé Pinéu morria nos braços de um dos operários. Dali,, indignados, os trabalhadores trancaram o patrão na fábrica e foram correndo para as fábricas vizinhas e para o metrô chamar aqueles que já estavam indo embora. Foi quando começou o furdunço da Guarda do trem e dos poucos policiais que começaram a ameaçar os trabalhadores caso não “dispersassem”...
O homem, dá um tapa nas costas de João, pega uma pedra no chão e vai para a estação.
João e seus companheiros olhando aquele mar de gente e pensando nos tantos Zé pinéu's que devem haver em sua fábrica, lembrando do que a Polícia lhe fez passar em toda sua vida e do seu patrão, hesitaram alguns instantes mas depois de alguns segundos, entreolhando-se e chegando a uma resposta quase instintiva, entram no meio da confusão, pegam paus e pedras e vão para cima da Polícia.

A imagem de londres e das bombas parecem, agora, cada vez mais vivas para João.
Em sua mente ressoa o pensamento: “Olha só, como aqueles filho de uma égua do jornal tão falando merda. A mulequada e os trabalhadores só tomam na cabeça aqui e no mundo. É todo dia Humilhação e cacetada. Agora vamo fazer que nem eles, tudo junto.”

O conflito dura 4 horas e é noticiado nos jornais e telejornais de todos os principais meios de mídia.
A “Rebelião dos indignados Fabris” é fruto de debates acalorados entre militantes de esquerda e senhores engravatados, juristas e parlamentares.

Na região, agora após 3 meses, não entram mais jornalistas sem pedradas, os patrões não seguram mais os trabalhadores, seus ritmos e sua organização e nem os “velhacos” do sindicato entram lá sem tomar um “pau”.

A peãozada, conversando com uma molecada que estuda lá no trabalho da Maria decidiu retomar o sindicato na próxima eleição e fazer algumas assembléias de todas as fábricas da região, juntas. Já participaram de umas manifestações lá em Capuava e no centro de São Paulo e estão fazendo muitas reuniões com outros trabalhadores, até mesmo daquele maldito e lotado Metrô.
Ouviram muito falar sobre classe, partido, burgueses e dos “pelegos” e patronal.
Os donos das fábricas mais de uma vez chamaram o “choque” para impedir as paralisações em solidariedade às outras categorias em greve e, agora, o governo quer até acabar com as “comissões internas” nas fábricas e impedir o “Movimento 'Zé Pinéu'” de levante anti-burocrático e de organização dos trabalhadores, como tem dito a Mídia burguesa, cruel e sarcásticamente.

João, após aquele dia, ao chegar em casa estrupiado e empolgado, jamais imaginava que aquele processo se daria e muito menos que ele seria eleito um dos representantas dos trabalhadores da Comissão de sua fábrica em pouco tempo.

Na ocasião, depois de contar tudo à sua mulher, soube que esta não teve tempo de fazer sua comida e passar sua roupa. Ficou bravo, discutiu e foi deitar, irritado. Não parecia certo que a “SUA mulher” não tivesse feito os seus deveres.

Ali, naquele momento, João não percebia que impunha, na verdade, à sua companheira, mais um campo de batalha: O da dupla, tripla e quadrúpla jornada de trabalho, uma dinâmica que acomete a todas as proletárias do mundo. O destino de serem as “trabalhadoras do trabalhador”.

Mais tarde, João, recebeu- e aceitou vivamente- severas críticas de Maria, recém eleita membro da comissão representante das trabalhadoras terceirizadas da Tolima e que, a partir de então, iria se encontrar nas assembléias conjuntas das categorias, com João, em São Paulo.

Desde então, João lembra daquele dia no trem e das imagens de Londres e Grécia que, no mundo, só se reproduziram e intensificaram.

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Uma homenagem às trabalhadoras e trabalhadores que enfrentam seus “campos de batalha” todos os dias e ao Futuro que, certamente, Nos pertence!

Valeu Suzano, pela inspiração e pelo Rap.

6 comentários:

  1. Linda cronica, bof!

    Otimista, no entanto. Que tal escrever sobre o operário que NÃO vai se tornar líder de comissão de fábrica? Talvez fosse um exercício interessante.

    "A massa de gente continua se convulsionando como que buscando encontrar uma forma aceitável e consensual para todos."

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  2. Gostei muito, Bof! A parte da rotina achei excelente. Você caracterizou bem o personagem, colocou elementos muito verossímeis. A partir de seu texto é possível discutirmos várias coisas no campo da arte, como vínhamos fazendo.
    Eu não fazia ideia que poderia ser inspiração para você. Fiquei feliz pela lembrança. Segue aqui o vídeo do Rap do Trem, do RZO, que complementa a postagem: http://www.youtube.com/watch?v=OKim_CH8D0Y
    Abraço!

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  3. O texto é lindo, e também o é a força do seu ideal ... sugiro que continue escrevendo sobre o "João" as "Marias" e os "Diegos"...Dentre todas as pessoas que convivo todos os dias de manhã no busão lotado, a caminho do trabalho, não vejo uma que não se identificaria com o que escreveu...o que precisa para que as pessoas acordem?

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  4. Um texto onde não precisa haver um procedimento complexo para compreensão, o entendimento chega até nós, nos deixando apenas com o papel de nos identificarmos fisica e psicológicamente. Incrível!!!

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  5. Texto muito bom. Didático, dinâmico, identificador. E infelizmente, no mundo atual, temos que dizer que um levante operário como o citado no texto é lúdico, pois na prática, todos os operários seriam demitidos.

    Mas a riqueza desses escritos está no fato de elencar os nomes e funções dos tradicionais inimigos da classe trabalhadora: patronal, mídia, polícia...

    *a única observação é que a estação próxima às fábricas é ferroviária né. E no texto tá citando repressão dos guardas do Metrô: "Dali,, indignados, os trabalhadores trancaram o patrão na fábrica e foram correndo para as fábricas vizinhas e para o metrô chamar aqueles que já estavam indo embora."

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